O jogo Fiorentina x Juventus, uma das semifinais da Copa Itália 2021-2022, levantou uma vez mais a dúvida na cabeça de muito fã do campeonato italiano sobre o duelo. Afinal, por que Fiorentina e Juventus são consideradas rivais?
Antes de qualquer coisa, saiba que as maiores rivalidades do futebol da Itália já estão documentadas neste artigo aqui. Nele, fica bem claro que, a exemplo de outros países, o antagonismo mais comum no calcio é aquele regional. Isto é, quando dois times pleiteiam dentro de uma mesma cidade, região ou província.
Não é o caso de Fiorentina e Juventus. O endereço da viola é Florença, na Toscana, enquanto o dos bianconeri é Turim, em Piemonte. Portanto, trata-se de um antagonismo nutrido por vários outros grandes motivos, que pontuaram a história de ambos os clubes.
É bem verdade que a rivalidade é nutrida muito mais do lado da Fiorentina do que o contrário. Entretanto, com o passar do tempo, a Juve passou a tratar o derby com a mesma seriedade que normalmente encara o Derby Della Mole e o Derby D’Italia.
O SKY Sports preparou uma lista com os principais acontecimentos, que estão listados a seguir:
A goleada histórica de 11×0 para a Juventus
Desde o seu nascimento, raros foram os anos que a Juventus não foi protagonista do futebol italiano. Na história centenária do clube, mesmo no começo de tudo, a disparidade entre a vecchia signora e os demais sempre foi atterorizante.
Um dos exemplos aconteceu em Turim, no dia 7 de outubro de 1928. Naquela época, o principal torneio do futebol italiano era outro, com regulamento diferente, no qual os clubes foram divididos em dois grupos para determinar os eleitos para Serie A e Serie B para o ano seguinte.
Nessa situação, Juventus e Fiorentina se encontraram em um dos conjuntos e o resultado foi um sonoro 11×0 para os bianconeri. O placar foi tão espantoso que até mesmo a imprensa de Turim se permitiu gozar do ocorrido, algo que jamais foi esquecido pelo outro lado.
A perda do scudetto de 1982
Muitas décadas depois da goleada por 11×0, o segundo acontecimento que apimentou a rivalidade entre as equipes apareceu na última rodada do campeonato italiano 1982.
Em 16 de maio daquele ano, a Serie A indicava dois líderes com a mesma pontuação: Fiorentina e Juventus. O primeiro pegaria o Cagliari fora de casa e o segundo enfrentaria o Catanzaro também longe dos seus domínios.
O novo capítulo da rivalidade foi escrito após a viola fechar o campeonato com um empate, mas com um gol anulado pelo árbitro, e a Juve triunfar com um gol de pênalti.
Resultado: Juventus campeã e o desfecho gravado pra sempre no coração dos torcedores da Fiorentina.
A final da Copa UEFA 1990
Alguns anos mais tarde, o terceiro capítulo da rivalidade pintou em cenário internacional e num momento de decisão de título: a final da Copa UEFA de 1990.
Naquela época, a antiga versão da Europa League tinha a final disputada em duas partidas. Na ida, a Juve venceu por 3×1 com direito a um gol bem polêmico, o que já não foi fácil de ser engolido pelos torcedores viola.
Na volta, a Fiorentina não conseguiu sequer jogar em casa. O estádio Artemio Franchi já estava comprometido para a Copa do Mundo daquele ano e o estádio do Perugia, que passou a ser utilizado pelo clube, também foi descartado após invasão de torcedores na semifinal do torneio.
A final acabou acontecendo em campo neutro e o placar foi 0x0. Ou seja, Juventus campeã e Fiorentina na amargura uma vez mais.
A transferência de Baggio
Ao longo da história, jogadores foram envolvidos em negociações da Fiorentina para a Juventus e acabaram apimentando ainda mais a relação entre os clubes. O melhor exemplo de todos foi Roberto Baggio.
O camisa 10 e talvez o mais talentoso dos anos 90 trocou de lado bem no momento que despontava como grande joia da viola e do futebol italiano em si.
Porém, engana-se quem pensa que que Baggio entrou na lista dos eternamente odiados pela torcida viola. Em sua primeira partida em Florença vestindo as cores preta e branca, o craque italiano teve uma recepção calorosa, na qual acabou recebendo e vestindo um cachecol roxo ao ser substituído.
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Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.