Na Itália, Roberto Baggio é e sempre será considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos. No Brasil, por outro lado, ele ainda é lembrado pelo pênalti perdido na final da Copa do Mundo de 1994. A novidade é que aquele momento icônico do futebol mundial, que deu o tetra para os brasileiros, ainda perturba o camisa 10 da Itália.
Eleito o melhor jogador do mundo em 1993, ano que antecedeu a copa, Baggio teve uma carreira vencedora, na qual empilhou taças individuais e coletivas por quase todos os clubes por onde passou no campeonato italiano, como Juventus, Milan e Internazionale. Faltou o mundial.
Tão eternizado quanto o próprio grito de “é tetra!”, de Galvão Bueno, o fracasso ao tentar bater Taffarel entrou na pauta de uma entrevista dada por Baggio ao Corriere Della Sera, na qual ele revela o tamanho e peso do pênalti, mesmo 20 anos mais tarde.
“Foi o único pênalti da minha vida que errei chutando pro alto. Todos os outros que errei foram defendidos pelos goleiros”
Roberto Baggio
Na entrevista, ele também revela admiração por Maldini e uma estranha escolha por um jogador que seria seu herdeiro no futebol atual. Sobre o zagueiro, ele declara “Era forte de cabeça, na direita, na esquerda. Era preciso juntar 15 jogadores para fazer um como ele”.
Outro fato que muitos desconhecem é a versão torcedora e admiradora de Baggio pelo Boca Juniors. Aliás, foi lá que o italiano descobriu e elegeu seu sucessor: Centurion! Sim, o argentino que já vestiu a camisa do São Paulo é o eleito de Baggio, mas, em suas palavras, “precisa melhorar fora de campo”.
Já sobre o fatídico dia da perda do pênalti, o craque foi perguntado sobre os detalhes daquele lance e daquela partida. Baggio, com enorme sinceridade, contou:
Ainda não encontrei sentido para aquilo. É a mesma amargura de 1994. Ela não diminuiu. Não vai passar nunca, acho. Mas eu gostaria de reviver aquele momento, porque o percurso foi cheio de significado: pelas dificuldades, pelo caráter e determinação com os quais saímos. Reviver aqueles momentos é algo belo.
Reveja abaixo o pênalti perdido por Baggio com a narração de Galvão Bueno:
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Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.