As duplas de ataque do campeonato italiano seguramente serviram de porta de entrada para muitos que se tornaram fãs e seguidores da liga. Assim como todos acabaram tendo um time, um título e um momento favorito, a resposta também é sempre pronta para eleger dois atacantes marcantes.
É bem verdade que a opção por ter dois nomes fortes juntos no ataque tem caído em desuso por boa parte dos treinadores. Na retrospectiva recente, é possível citar Lautaro e Lukaku, no título da Inter em 2020-2021. Juntos, eles marcaram 41 gols em 38 rodadas (17 e 24 gols, respectivamente). Antes disso, contudo, não há um registro tão notável.
Uma das evidências disso pode ser a própria seleção italiana. Acaba acontecendo em outros países, mas o futebol italiano, particularmente, tende a repetir em âmbito doméstico aquilo que a Azzurra faz com sucesso em cenário internacional. O esquema tático da vez é o tridente ofensivo, que levou o time de Roberto Mancini ao título da Euro em 2020, e obviamente não favorece o surgimento de duplas de ataque.
Mesmo assim, com dificuldades, a tradição é mantida. Por falar no treinador da Itália, ele integrou aquela que pode ter sido a maior dupla de ataque do campeonato italiano na história. Tanto é que receberam um apelido repetido até hoje: I Gemelli Del Gol (os gêmeos do gol), Gianluca Vialli e Roberto Mancini. Juntos, os atacantes integraram a melhor Sampdoria da história e estão até hoje dentre os maiores nomes da história do time.
Em outros casos, houve pares que não chegaram a anotar uma pilha de gols, ou ainda celebrar títulos importantes. Contudo, a união de talentos foi tão icônica que nos leva a reconhecer e destacar os nomes. É o caso de Ronaldo e Vieri, na Inter, ou ainda Luca Toni e Mutu, na Fiorentina.
Cassano e Pazzini
A união de Cassano e Pazzini na Sampdoria, de 2009 a 2011, foi uma daquelas improváveis e que dão muito certo.
Por um lado, Pazzini tinha deixado a Fiorentina após ser praticamente revelado pelo clube de Florença, mas sem ter atingido o grande momento de projeção. Por outro, o craque Cassano que deixou a Roma para o Real Madrid tinha regressado à Itália com um status mais “humano”.
Ambos brilharam tanto em Gênova que acabaram indo, posteriormente, para os grandes de Milão.
Mancini e Vialli
Mancini e Vialli devem mesmo ser a maior dupla de ataque do campeonato italiano de todos os tempos. Só de ver a foto dos dois juntos, com a camisa da Sampdoria ou já velhos no comando técnico da seleção italiana, basta para pensar em caminho certo de gols.
Os dois integraram (e promoveram) aquela que foi a melhor Samp de todos os tempos. Com exceção da derrota para o Barcelona na final daquela que se tornaria a Champions League, a geração deles venceu absolutamente tudo.
Batizados de I Gemelli Del Gol, Mancini e Viali são até hoje os maiores artilheiros da história da Sampdoria. Foram comemorados 171 e 141 gols, respectivamente.
Toni e Mutu
Luca Toni e Adrian Mutu se encontraram na Fiorentina na hora certa. O primeiro já vinha sendo artilheiro pelo clube de Florença, atingindo a marca de 31 gols em 2005-2006, rendendo a chuteira de ouro daquela temporada. O segundo, depois de rodar bastante dentro e fora do campeonato italiano, desembarcou por lá exatamente em 2006.
Juntos, acabaram entrando em campo somente uma temporada, mas foi suficiente. A conexão no ataque segue viva na memória dos torcedores. A parceria acabou quando Toni foi para o Bayern, mas Mutu permaneceu até 2011.
Inzaghi e Shevchenko
Inzaghi e Shevchenko formaram outra dupla marcante de uma das melhores fases do Milan.
Em campo, os dois não apresentaram precisamente uma conexão ou entrosamento. Por vezes, os atacantes chegaram a disputar a mesma posição no time titular.
Os jogadores foram companheiros de clube por cerca de 6 anos. No período, Inzaghi marcou 126 gols, enquanto Shevchenko anotou 175.
Del Piero e Trezeguet
Durante 10 anos, falar os nomes de Del Piero e Trezeguet foi um jeito diferente de dizer “Juventus”. Quando estiveram juntos em campo, os atacantes formaram a melhor dupla possível da vecchia signora.
Individualmente, eles estão na lista dos maiores artilheiros da Juve. Del Piero é o líder de todos, com incríveis 290 gols, enquanto o francês ocupa a 4ª posição, com 171.
A dupla conquistou títulos importantes, mas também permaneceram no clube após o escândalo do Calciopoli, que os levou para a Serie B do campeonato italiano.
Pulici e Graziani
O Torino será sempre lembrado pelo Grande Torino. Contudo, depois da emblemática sequência de títulos italianos, o clube voltou a se tornar campeão somente em 1975-1976. E muito por causa da dupla Pulici e Graziani.
As redes balançadas foram tantas que os artilheiros foram os primeiros a receber a alcunha de Gemelli Del Gol – que mais tarde passaria a Mancini e Vialli.
Ronaldo e Vieri
As imagens “fora” do futebol entregam como era (e ainda é) bom o relacionamento entre Ronaldo e Vieri. De gols em campo a entrevistas engraçadas fora, a dupla marcou uma rápida época na Inter.
A amizade entre os atacantes começou em 1999, mas “acabou” tragicamente em 2002, ano da primeira grande lesão no joelho do Fenômeno.
Crespo e Chiesa
Assim como a Sampdoria, o Parma viveu alguns anos como protagonista no futebol doméstico, mas também no internacional.
A geração que bateu de frente com a Juventus e brilhou na Europa tinha no ataque os nomes de Crespo e Chiesa. Unidos, eles se tornaram uma das maiores duplas de ataque do campeonato italiano ao bater a marca de 100 gols.
Gullit e Van Basten
De todas as duplas citadas, a que provavelmente ergueu mais títulos foi Gullit e Van Basten, pelo Milan. Os holandeses levaram a sintonia da seleção nacional para o clube (ou vice-versa) e entraram para a história do futebol.
Entre o fim dos anos 80 e início dos 90, o Milan venceu absolutamente tudo, e muito em razão das atuações dos dois atacantes. Se o rossonero é o italiano com mais troféus de Champions League, os agradecimentos devem ir também a Gullit e Van Basten.
Maradona e Careca
Tamanha a sincronia entre Maradona e Careca que às vezes parece que passaram anos e anos defendendo o Napoli. No entanto, foram “apenas” 4, mas o bastante para eternizá-los por lá.
Fora as atuações, a dupla venceu Copa da Uefa, scudetto e Copa da Itália, basicamente os principais títulos do clube na história. Pra sempre e definitivamente, uma das maiores duplas de ataque do campeonato italiano.
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Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.