Seleção da Itália 1982: jogadores, títulos e história

Seleção da Itália 1982
Paolo Rossi, o nome da Itália de 1982 (Reprodução / Youtube FIGC)

A seleção da Itália de 1982 tem grandes chances de ser a seleção mais lembrada pelos brasileiros, não incluindo os próprios, históricos e vencedores esquadrões do Brasil ao longo dos anos. Falando de elencos que disputaram Copa do Mundo, é comum que entrem para eternidade em razão de performances brilhantes, além da óbvia conquista do título, mas o caso em questão tem um elemento bem trágico, que infelizmente não diminui um centímetro sua perenidade.

O motivo não poderia ser outro. Aquela versão da Squadra Azzurra simplesmente bateu uma das melhores edições da seleção brasileira. No entanto, resumir toda uma memória em uma sentença é, no mínimo, imprudente. Muita coisa explica a importância da Itália de 1982, sobretudo os protagonistas desse episódio. Afinal, o que seria de uma história marcante sem os nomes dos protagonistas?

O nome de Paolo Rossi sempre significou muito para o futebol italiano. Há evidências atuais disso, mesmo anos passados desde sua morte. Por exemplo, o prêmio dado ao artilheiro do campeonato italiano Serie B ao final de cada temporada é chamado de Pablito, em homenagem a ele. A federação italiana seguiu caminho semelhante e inseriu seu nome no Hall da Fama em 2016, lembrando de seus mais de 200 partidas no campeonato italiano e títulos nacionais e internacionais.

Contudo, talvez a proporção de todos os feitos de Paolo Rossi não fossem tão celebrados atualmente caso a Itália de 1982 não tenha feito o que fez e da forma como fez. Os jogadores, os estádios, a Espanha (país sede daquele mundial). Tudo acabou eternizado como elemento de uma das fábulas mais contadas na história do futebol internacional, mas de maior interesse de brasileiros e italianos.

Aos brasileiros, a improvável derrota de uma das melhores combinações e gerações de jogadores. Aos italianos, a conquista do tricampeonato mundial depois de 44 anos.

A Itália de 1982:

  • Título: Campeã da Copa do Mundo de 1982
  • Técnico: Enzo Bearzot
  • Time titular: Dino Zoff, Gaetano Scirea, Claudio Gentile, Fulvio Collovati, Giuseppe Bergomi, Antonio Cabrini, Gabriele Oriali, Marco Tardelli, Bruno Conti, Francesco Graziani, Paolo Rossi


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Os jogadores da Itália de 1982



Seleção da Itália 1982 - jogadores
(Reprodução / FIFA TV)

Os jogadores da Itália de 1982, convocados para disputar a Copa do Mundo daquele ano, foram os seguintes (com número das camisas e os times que defendiam na época):

Goleiros

  • 1 Dino Zoff (Juventus)
  • 12 Ivano Bordon (Inter)
  • 22 Giovanni Galli (Fiorentina)

Zagueiros

  • 2 Franco Baresi (Milan)
  • 3 Giuseppe Bergomi (Inter)
  • 4 Antonio Cabrini (Juventus)
  • 5 Fulvio Collovati (Milan)
  • 6 Claudio Gentile (Juventus)
  • 7 Gaetano Scirea (Juventus)
  • 8 Pietro Vierchowod (Fiorentina)

Meio campo

  • 9 Giancarlo Antognoni (Fiorentina)
  • 10 Giuseppe Dossena (Torino)
  • 11 Giampiero Marini (Inter)
  • 13 Gabriele Oriali (Inter)
  • 14 Marco Tardelli (Juventus)
  • 15 Franco Causio (Udinese)
  • 16 Bruno Conti (Roma)

Atacantes

  • 17 Daniele Massaro (Fiorentina)
  • 18 Alessandro Altobelli (Inter)
  • 19 Francesco Graziani (Fiorentina)
  • 20 Paolo Rossi (Juventus)
  • 21 Franco Selvaggi (Cagliari)


Enzo Bearzot, o técnico da Itália de 1982



Itália de 1982 - técnico Enzo Bearzot
Enzo Bearzot e um dos diversos momentos nos quais foi fotografado com um cachimbo (Reprodução / Youtube FIGC)

Enzo Bearzot foi o técnico responsável por comandar a Itália de 1982 no título da Copa do Mundo, embora sua “era” tenha durado muito mais que o curto período pré e pós-torneio. Aliás, ainda que não na proporção de Paolo Rossi, o reconhecimento da colaboração de Bearzot para o futebol italiano também acabou traduzido em uma premiação com seu nome, dada desde 2011 ao melhor treinador da temporada do calcio.

Sem surpresa, há referência a Bearzot também no Hall da Fama do futebol italiano, na categoria “Reconhecimento à memória”. Afinal, estamos falando de um dos três comandantes técnicos que foram capazes de liderar a Squadra Azzurra na conquista do título mundial (Pozzo em 1934 e 1938 e Lippi em 2006).

Porém, antes de ser tudo isso, Bearzot foi um jogador do campeonato italiano. Nascido em 26 de setembro de 1927, não colecionou diversas camisas ao longo da carreira, mas atingiu números impressionantes com algumas delas. Enquanto defensor, fez mais de 205 partidas na Serie A e outras 119 na Serie B, sendo a maior parcela por Torino e Catania. De títulos, a propósito, foram 2 taças da segunda divisão, uma com cada time.

Quase imediatamente após a aposentadoria em 1964, Bearzot passou a integrar a comissão técnica da própria equipe granata, mas ainda não na posição principal. Isso foi acontecer somente no modesto Prato, situado na cidade homônima, na Toscana, e militante da Serie C naquela época.

Olhando o “currículo” do treinador campeão, pode espantar que, depois de Torino e Prato, a experiência seguinte tenha sido já na seleção italiana, obviamente não na principal. De 1969 a 1975, Bearzot liderou a nazionale sub-23 até finalmente alcançar a Azzurra, inicialmente na função de assistente.

O cargo de treinador se tornou realidade somente em 1977, um ano antes da Copa do Mundo na Argentina, quando a Itália conquistou a 4ª colocação. Em 1980, veio o segundo desafio na Eurocopa, uma vez mais com a garantia da 4ª posição.

Todos esses acontecimentos foram e são fundamentais para finalmente chegar à Itália de 1982. Ainda que o próprio Bearzot tenha escrito após triunfar no mundial que conquistar o título acabou sendo uma maldição, pois o obrigou a manter um time que deveria ter sido encerrado, conforme trecho do livro Calcio – A History of the Italian Footbal, de John Foot, os anos anteriores provocaram a introdução, pelas mãos do próprio treinador, de Paolo Rossi.

Enzo Bearzot morreu em 21 de dezembro de 2010.



Paolo Rossi, o artilheiro da Itália de 1982



Paolo Rossi não era um jogador, mas um romance… Ele era amado e odiado… Ele experimentou o sucesso e o fracasso. Ele foi glorificado e esquecido. Sua carreira poderia preencher as páginas de Guerra e Paz.

Darwin Pastorin, em citação no livro Calcio – A History of the Italian Footbal, de John Foot


A profunda tristeza que atingiu o povo brasileiro pelo modo como a Copa do Mundo se desenrolou acabou por ajudar a tornar Paolo Rossi o grande nome da Itália de 1982. Nem é necessário descrever as reações de quem assistiu ao jogo ao vivo, mas é notável como a sensação de viver uma tragédia de tamanha proporção fez grande parte do Brasil praticamente esquecer que houve uma final Itália x Alemanha.

E pensar que por pouco Paolo Rossi não foi convocado para defender a Azzurra naquele mundial. Sim, o camisa 20 é verdadeiramente um dos maiores artilheiros da seleção italiana de todos tempos. Na carreira pelos clubes, nenhuma outra camisa foi mais atrelada ao seu nome do que a da Juventus – talvez a do Vicenza seja a que mais chegou perto, com título e artilharia da Serie B 1976-1977.

A vecchia signora, que ao longo de mais de 100 anos teve diversos ciclos virtuosos e vencedores, também brilhou durante a melhor fase de Paolo Rossi. Pragmaticamente, o bomber italiano foi revelado pela própria Juve em 1972 após transitar entre outros clubes ao longo da juventude. No entanto, junto com o título da Copa do Mundo de 1982, o mundo conheceu e reconheceu Paolo Rossi definitivamente. Uma vez mais bianconero depois atuar por Como e Vicenza, ele venceu absolutamente tudo, do scudetto à Champions League e ao prêmio de melhor jogador do mundo de 1982.



A Bola de Ouro de 1982 não foi concedida ao jogador do ano, mas ao milagre de julho.

Trecho da revista France Football sobre o prêmio de melhor do mundo dado a Paolo Rossi


Quem conecta e resume Paolo Rossi aos 6 gols marcados no mundial na Espanha, sendo 3 deles contra o Brasil, talvez se espante com o modo como o jogador é adjetivado. Seja o até gentil “milagre de julho” ou o fato de “ter experimentado o sucesso e fracasso”. Mas há uma explicação para isso.

Primeiramente, é necessário lembrar que ao longo de sua carreira, Rossi sempre teve que lidar com lesões e cirurgias. Antes mesmo dos 18 anos, o atleta já tinha passado por três intervenções médicas nos joelhos, conforme indica John Foot em seu livro. Sua condição física, portanto, sempre foi um problema. Todavia, não o maior deles.

Antes de explodir na Juve, o atacante vestiu a camisa do Perugia, mais precisamente em 1979-1980. Apesar do número relevante de partidas, o que o marcou mesmo foi o escândalo (um dos vários do futebol italiano) num suposto esquema de apostas. O resultado: banimento do futebol por dois anos.

Pois Enzo Bearzot decidiu convocá-lo para integrar a Itália de 1982 mesmo assim, sobretudo diante de críticas e protestos da imprensa nacional. A reclamação mais barulhenta apontava o dedo não somente para a polêmica recente, mas também pela péssima forma física de Rossi.

Ninguém conseguiu prever o que aconteceria. Talvez nem mesmo Paolo Rossi, que nunca mais repetiu a forma apresentada na Copa do Mundo. O ex-jogador morreu em dezembro de 2020, deixando como legado bens materiais e circunstanciais, como o livro: “Eu fiz o Brasil chorar”.



Itália de 1982: a Copa do Mundo



Especialmente sob a ótica do público brasileiro, a Copa do Mundo 1982 fica quase integralmente resumida na queda da seleção brasileira. Todavia, tentando recontar a história na perspectiva do torcedor italiano, a mesma imprevisibilidade que antecedeu a decolagem de Paolo Rossi também foi prenúncio do terceiro título mundial da Azzurra.

O princípio da trajetória foi simplesmente terrível. No entanto, antes de falar da campanha é preciso destacar que o regulamento da Copa do Mundo de 1982, na Espanha, era bem diferente do atual. Mesmo as eliminatórias, se é que dá pra chamar assim, ocorreram de maneira absolutamente distinta. A começar pelos cabeça de chave de cada grupo inicial, que simplesmente foram premiados por terem sido campeões nas edições anteriores.

A singularidade vai além. Naquela época, o caminho até o título era traçado por duas fases de grupos, uma preliminar com 4 países em cada um e posteriormente com 3 seleções em cada. Aliás, foi nessa segunda que ocorreu o evento mais improvável de todos: Itália, Argentina e Brasil reunidos no mesmo grupo e a Azzurra encerrando na liderança.

Só depois dessas duas fases de grupo que foram realizadas as semifinais. De tão peculiar, o regulamento da Copa do Mundo pode ter feito a Itália de 1982 enfrentar o pior caminho possível no rumo do título, especialmente tendo conhecimento da tamanha descrença que a seleção italiana carregava antes da estreia no mundial.



Primeira fase de grupos



O sorteio da fase de grupos da Copa do Mundo 1982 colocou a Itália no grupo A, que não parecia tão complicado quanto os demais, mas que fez a Azzurra avançar mediante uma combinação de placares quase nunca vista em mundiais:

  • Itália
  • Polônia
  • Camarões
  • Peru

Após enfrentar cada um dos rivais, a seleção italiana acabou justificando toda a desconfiança pré-mundial ao finalizar a fase de grupos na segunda colocação com apenas 3 pontos, ou seja, foram três empates seguidos:

  • Itália 0x0 Polônia
  • Itália 1×1 Peru
  • Itália 1×1 Camarões

Aliás, a primeira colocação acabou ficando com a Polônia, pois foi a única seleção capaz de vencer uma partida no grupo A. A Itália também garantiu a classificação pois Camarões, embora tenha empatado três vezes de maneira idêntica, teve o número de gols feitos inferior e acabou beneficiando os italianos.



Segunda fase de grupos



Ao avançar como “vice” do seu grupo, a Itália partiu para então existente segunda fase de grupos, como determinava o regulamento da época. Em condições adversas, ela se juntou a Argentina (também segunda colocada num grupo com Bélgica, Hungria e El Salvador) e Brasil (líder à frente de União Soviética, Escócia e Nova Zelândia).

O trio de campeões mundiais formou um novo grupo da morte, no qual apenas o primeiro colocado avançaria. Isto é, cada uma das seleções faria dois jogos e o dono da maior pontuação se classificaria.

Pensando na mística criada em torno de Paolo Rossi, que se tornaria melhor jogador do mundo naquele ano, é importante salientar que a Itália chegou ao quarto jogo de Copa do Mundo sem nenhuma demonstração de que o atacante levaria o prêmio.

No agendamento dos jogos, tanto a Squadra Azzurra quanto o Brasil enfrentaram primeiramente a Argentina. Os italianos venceram por 2×1, com gols de Tardelli e Cabrini, enquanto a seleção brasileira superou os rivais por 3×1, graças a Zico, Chulapa e Júnior.

Essa combinação de placares é relevante pois dois motivos particulares:

  1. A Argentina acabou eliminada
  2. Brasil e Itália, então, fariam uma final de Copa do Mundo antecipada, que ficou mundialmente conhecida como a Tragédia do Sarriá


Tragédia do Sarriá: Itália 3×2 Brasil



A Tragédia do Sarriá foi o nome dado ao jogo Itália 3×2 Brasil, em 5 de julho de 1982, válido pela segunda fase de grupos da Copa do Mundo 1982. O teor catastrófico é explicado pela perspectiva do brasileiro, que sofreu um baque com a improvável derrota daquela que talvez seja a melhor seleção brasileira de todos os tempos. O termo “Sarriá” é exatamente o nome do estádio que recebeu a partida, na Espanha.

Antes da bola rolar, alguns elementos já estavam dispostos, mas pouco percebidos ou alvos de atenção dos torcedores, sobretudo os brasileiros. Primeiramente, na prática, o duelo entre Itália e Brasil era uma espécie de quartas de final, já que a Argentina estava eliminada do grupo e da competição. Porém, como o triunfo do Brasil gerou um saldo de gols maior, a tal “quartas de final” dava aos brasileiros a vantagem do empate. Afinal, em caso de paridade, ambos os países fechariam com a mesma quantidade de pontos, mas o saldo brasileiro seria superior. Seria, pois, ao sequer empatar, o desastre se tornou ainda mais catastrófico.

Até para os italianos, embora torcedores vibrantes de sua seleção, a tarefa de superar o Brasil era praticamente impossível. Na ótica deles, só de citar os nomes de Zico, Falcão, Cerezo, Sócrates e Júnior, que ou já disputavam ou disputariam no futuro o campeonato italiano, era suficiente para notar a disparidade entre as equipes. O Brasil era grande favorito para vencer a Copa do Mundo de 1982.

O que se viu em campo foi a Squadra Azzurra liderar o placar por 3 vezes e a seleção brasileira buscar o empate (que seria suficiente) apenas duas. O desfecho, no entanto, estará para sempre conectada ao despertar de Paolo Rossi, que não tinha feito praticamente nada no mundial até aquele momento, mas assinou os três gols.

Assista aos melhores momentos de Brasil 2×3 Itália na Copa do Mundo de 1982:





Tamanha a relevância histórica da partida, a própria FIFA disponibilizou o jogo na íntegra no seu canal no Youtube. Clique aqui para assistir. Além da própria biografia, o atacante Paolo Rossi também assinou um dos vários livros que contam a história do duelo e da Copa do Mundo em si. Ele é coautor de “1982, il mio mitico mondiale” (1982, o meu mítico mundial), junto com Federica Cappelletti, no qual contam sobre “os dias que mudaram a sua vida”.



Semifinal: Itália 2×0 Polônia



Quase um mês depois da estreia sem gols, a Itália voltou a encarar a Polônia, desta vez nas semifinais. A grande diferença é que, depois de superar o Brasil e da forma como tudo aconteceu, a Squadra Azzurra simplesmente se tornou algo completamente diferente.

Chame de sorte, de “cheiro de gol”, de “banheira”, mas o fator Paolo Rossi voltou a beneficiar a Itália de 1982. Novamente, em lances muito semelhantes aos gols marcados contra o Brasil: dentro da pequena área, ou desviando para dentro ou sendo praticamente atingido pela bola, direcionando-a para a rede.

O jogo Itália x Polônia acabou sendo registrado na história como um duelo bem movimentado, mas não por capacidades criativas de ambos os lados. A Itália, mais do que a rival naquela fase, acabou se beneficiando de diversas faltas sofridas e assinaladas na lateral do campo e numa zona próxima da grande área. Nem todas geraram frutos, com exceção de uma delas, aos 21 minutos do primeiro tempo, que encontrou em Paolo Rossi a ocasião para se transformar em gol.

No segundo tempo, as faltas continuaram, atingindo especialmente o camisa 20, mas o gol da Azzurra acabou saindo com bola rolando, em novo desvio de Pablito. Como bem dito, o ato de “desviar” ou sempre “estar lá” se transformou na assinatura do atacante italiano. Este foi o seu 5º gol no mundial e o garantidor da classificação da Itália para a final da Copa do Mundo 1982.



Final: Itália 3×1 Alemanha



Mesmo em tempos de crise do futebol italiano, as rivalidades nutridas com outras seleções nacionais sempre foram conservadas. A Itália colecionou eventos ao longo da história que justificam esses antagonismos, sendo os mais notáveis contra Alemanha e França.

Um episódio marcante foi protocolado precisamente na final da Copa do Mundo 1982: Itália 3×1 Alemanha, em 11 de julho de 1982.

Dos fatos menos interessantes, mas dignos de menção, aquela final foi arbitrada pelo brasileiro Arnaldo Cesar Coelho, que mais tarde se tornaria comentarista. O estádio escolhido para hospedar a decisão foi o Santiago Bernabeu, do Real Madrid. No local, foram 90 mil espectadores. Longe dali, na Itália, foram mais de 36 milhões acompanhando tudo pela TV, até hoje a maior audiência italiana para um jogo de futebol.

Em campo, a Alemanha chegava para a partida como a atual campeã da Eurocopa, torneio realizado exatamente em solo italiano dois anos antes antes. Na Copa do Mundo, todavia, o começo foi preocupante exatamente como o ocorrido com a Azzurra. A estreia aconteceu com derrota para Argélia por 2×1 de maneira assustadora, mas com tempo para uma bela demonstração de recuperação.

Enquanto a seleção da Itália tem a eliminação do Brasil como grande momento até a decisão, a Alemanha teve um caminho mais complicado. Foi preciso superar Chile (4×1) e Áustria (1×0) ainda na primeira fase de grupos, e depois Inglaterra (0x0) e os anfitriões da Espanha (2×1), na segunda fase de grupos. Na semifinal, a França, de Platini, só foi derrotada nos pênaltis após o placar de 3×3.

Os gols da final aconteceram somente na segunda etapa, o que não foi impeditivo para que episódios emocionantes surgissem também durante o primeiro tempo. O maior deles foi o pênalti pessimamente batido e perdido por Cabrini.

No segundo tempo, porém, a Itália construiu e materializou o título com 3 gols. O primeiro deles, aos 57 minutos, tomou forma da maneira que todos esperavam: uma bola cruzada para o meio da área e direcionada para as redes por Paolo Rossi – o sexto gol dele, artilheiro da Copa do Mundo 1982. Tardelli e Altobelli complementaram o placar, que acabou fechado pelo desconto do alemão Breitner.

A Itália se sagrou campeã mundial pela terceira vez em sua história, o primeiro título depois de 44 anos.





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