O título do campeonato italiano 2023-2024, na contagem regressiva para ser entregue à Inter, é tratado também como a conquista da segunda estrela. A expressão é uma das várias que o futebol italiano acabou incorporando e transformando em um protocolo oficial para a contagem de taças conquistadas pelos times.
A primeira vez que a expressão foi utilizada com certo destaque aconteceu num discurso de abertura de temporada de Paolo Maldini aos jogadores do Milan. No início do ciclo 2022-2023, o ex-jogador, que fazia parte da diretoria rossonera naquele momento, reforçava a importância de conquistar o campeonato italiano, sobretudo naquele momento.
Embora a expressão e a tradição envolvam absolutamente todos os times da Serie A, a questão da “segunda estrela” se tornou uma disputa particular entre Inter e Milan, os protagonistas do Derby Della Madonnina.
Mas o que significa a segunda estrela?
Alguns clubes italianos (3, para ser exato) possuem o direito de estampar uma estrela dourada acima dos escudos nas camisas. Obviamente, as estrelas representam títulos conquistados no campeonato italiano.
A conta é bem simples: a cada 10 títulos de campeonato italiano, o time ganha a permissão de colocar uma estrela. É por isso que a Juventus exibe três (36 títulos), a Inter uma (19 títulos) e o Milan uma (19 títulos).
A regra, no entanto, é particular da Itália. Em outros países, as estrelas são utilizadas de maneira similar, mas a conta é diferente. Por exemplo, na Alemanha, o time ganha a primeira estrela após 3 títulos. Depois, duas a cada cinco. Depois, 3 a cada 10 e assim por diante.
No campeonato italiano, a tradição, acredita-se, foi iniciada justamente pela Juventus. Ao vencer seu 10º scudetto, em 1958, o juventino Umberto Agnelli tomou a liberdade de personalizar o escudo do clube com uma estrela. E assim nasceu a tradição.
O discurso de Maldini em 2022-2023 visava levar a melhor na busca pelo direito de estampar a segunda estrela primeiro. Como o título daquela temporada ficou com o Napoli, a disputa particular entre os rivais de Milão pelo 20º troféu do campeonato mais importante da Itália passou para o ano seguinte.
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Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.