Em reunião nesta quarta-feira, 9 de setembro, os 20 clubes do campeonato italiano 2020-2021 deram sinal verde para, entre outras coisas, seguir com a criação da Lei dos Estádios.
A informação veio por meio de Paolo Dal Pino, presidente da Serie A, em coletiva de imprensa.
A nova “lei dos estádios” é apenas uma das consequências da chamada media company. A iniciativa, que recebeu o aval dos presidentes dos times da primeira divisão, visa criar uma empresa que será responsável por gerir direitos de TV e de marketing do campeonato italiano.
A ideia projeta o surgimento de uma empresa que representará a Serie A, e que poderá (e deverá) receber fundos de terceiros.
De acordo com o Corriere Dello Sport, as propostas que estão na mesa são de Cvc, Advent e Fsi (de 1,625 bilhões de euros por 10%) e pela dupla Bain-Nb Renaissance (1,35 bilhões de euros, também por para 10%).
Segundo o presidente do Napoli, Aurelio De Laurentiis, a decisão pela escolha dentre as ofertas acontecerá na próxima assembleia.
O surpreendente “ok” unânime dos representantes dos times pode ser explicado pelo impacto do Covid-19. Preocupados com o balanço financeiro, os presidentes enxergam na media company uma ótima saída.
A ideia é seguir os caminhos de Premier League e Bundesliga. De acordo com a Reuters, mais da metade da receita do campeonato italiano vem da transmissão dos jogos. Porém, o balanço ainda permanece atrás das ligas inglesa e alemã.
Contudo, Dal Pino reitera que, mesmo que as propostas não sejam favoráveis, a criação da nova empresa de comunicação sairá do papel.
Se a negociação não for concretizada, a única solução continua sendo a empresa de comunicação, independentemente da presença dos fundos, mas seria apenas o último recurso.
A Liga trabalha há anos com intermediários, mas é hora do dinheiro ficar em casa
Paolo Dal Pino, presidente da Serie A, em coletiva de imprensa
A Lei dos Estádios
A criação da media company deve empurrar a chamada lei dos estádios, que está em discussão na câmara italiana.
A nova legislação, que ainda precisa ser votada e aprovada, prevê a permissão dos clubes de reformularem ou reconstruírem seus estádios. Atualmente, o principal empecilho, além do dinheiro, é a proibição estatal.
Na prática, os estádios, especialmente os mais antigos, como o da Fiorentina ou do Bologna, são considerados patrimônios arquitetônicos. Então, de um jeito ou de outro, as reformas acabam barradas.
A aprovação da lei dos estádios, que entrará em discussão amanhã na Câmara, é um passo fundamental e que não pode mais ser adiado para relançar nosso futebol.
É preciso ter estádios adequados o mais rápido possível, senão fica difícil competir com o resto da Europa. A lei atual serve para agilizar a burocracia.
Paolo Dal Pino, presidente da Serie A, em coletiva de imprensa
Apesar da situação, clubes como a Roma, Cagliari e Bologna já apresentaram projetos para restaurar suas casas. Ou construir novas. Recentemente, torcedores da Fiorentina organizaram um protesto pela reforma do Artemio Franchi.
Segundo o presidente Dal Pino, o ideal é que aconteça o casamento do avanço da media company com a lei dos estádios. Entre benefícios para o futebol, o mandatário afirma ver na oportunidade uma chance de trazer investimentos para a Itália.
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Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.