A terceira rodada da fase de grupos da UEFA Nations League acabou com Polônia 0x0 Itália neste domingo, 11 de outubro.
Com o resultado, o grupo ficou com a Azzurra na primeira posição, com 5 pontos, seguida de Polônia (4), Holanda (4) e Bósnia (2).
Na quarta, dia 14 de outubro, a Itália pega a Holanda, em casa.
Nos números, o trabalho de Roberto Mancini se mantém sólido e com bons resultados. A Itália, que chegou ao fundo do poço ao não se classificar para a Copa do Mundo 2018, já está há dois anos sem perder.
Desde a última derrota, em 10 de setembro de 2018 contra Portugal, já são 14 vitórias e 4 empates. Tal performance tem agradado torcedores e crítica, fazendo com que o próprio Mancini já projete um grupo eliminatório para a Copa de 2022.
Contudo, o empate sem gols com a Polônia, que acelerou o sono de muita gente na tarde deste domingo, confirmou pontos de atenção já revelados em jogos anteriores.
A começar pelo time titular, que ainda não existe por, possivelmente, uma das seguintes razões:
- Mancini não está levando a sério a UEFA Nations e utiliza os jogos para testes
- Mancini realmente ainda não faz ideia de quem colocar em algumas posições dentre os 11 iniciais
Isso, todavia, não vale para o toda a seleção. Jogadores como Donnarumma, Bonucci e Jorginho dificilmente deixarão os postos. Outros, por outro lado, ainda persistem entre preferidos do treinador, sem ninguém entender o porquê.
Immobile fora. Belotti titular e chance para Caputo
Nos 90 minutos de Polônia 0x0 Itália, Ciro Immobile não tocou na bola uma vez sequer. Isso porque o atual chuteira de ouro da Europa não foi escalado, tampouco entrou na partida.
No lugar dele, Mancini escolheu Andrea Belotti, do Torino, que não foi bem. No fim do jogo, o técnico chegou a substituí-lo por Caputo, mas não houve mudança no resultado. O atacante do Sassuolo, aliás, marcou seu primeiro gol pela Itália no amistoso e goleada contra a Moldávia, 4 dias atrás.
O fato é que, embora Belotti e Caputo sejam, no mínimo, confiáveis (sendo Caputo muito mais confiável e merecedor de chances), espanta o fato de Immobile não ter mais minutos em campo. O único motivo que talvez alivie para o treinador seja o fato da Nations League servir de teste.
Contudo, o esquema com três atacantes (o chamado tridente) não deve ter mudanças daqui pra frente. “Quem será o trio?”, sim, é uma pergunta ainda sem resposta. E isso preocupa muito para os italianos.
Insistência com pontas fracos no tridente
Tudo indica que, tendo todos à disposição, o tridente ofensivo deverá ser montado por Immobile ao centro (será?), com Insigne e Zaniolo. No jogo contra a Polônia, os dois últimos ficaram de fora por lesão.
Muita gente discute se Zaniolo atua melhor nessa posição, ou mais para o meio campo. Independente disso, o problema de Mancini foi apostar em nomes que não têm servido para substituí-los.
Dentre os 34 convocados, foram chamados os seguintes para essas posições: Domenico Berardi (Sassuolo), Federico Chiesa (Juventus), Stephan El Shaarawy (Shanghai Shenua), Vincenzo Grifo (Freiburg) e Moise Kean (PSG).
Desses, El Shaarawy, Kean e Chiesa foram os que mais tiveram chances, e foram também os que causaram maior desgosto para quem gosta de assistir futebol.
El Shaarawy ressurgiu na seleção após algum tempo na China, e se mostrou a mesma decepção de antes. Mesmo com gols no amistoso contra a fraquíssima Moldávia.
Além dele, Kean ex-Juventus e agora ex-Everton, também tem encontrado dificuldades para sequência à explosão criada enquanto ainda era “revelação”.
Porém, de todos, a maior incógnita continua sendo a insistência em Chiesa. Talvez ludibriado pelo mesmo erro cometido pela Juventus, ao contratá-lo da Fiorentina para fazer dupla com (pasmem!) Morata, Mancini parece gostar da ideia de tê-lo no ataque titular.
A exemplo de outras exibições na Serie A, o recém-contratado da vecchia signora pouco tocou na bola. Quando o fez, não o fez com sucesso e deu mais uma evidência de que fará falta na viola, mas só vai atrapalhar na Juve.
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Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.