#DisdettaSKY e #DisdettaDAZN: a campanha de cancelamento dos torcedores da Juventus após condenação

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(Golazzo)

Quem acessou o Twitter e leu as manchetes dos principais jornais esportivos da Itália nas últimas horas seguramente se deparou com o termo “Disdetta”. Em tradução livre do italiano, o termo significa “cancelamento”. No Brasil, o barulho pela replicação do termo ainda não machuca os ouvidos, mas no país do calcio a campanha já chama atenção.

O movimento social organizado partiu algumas horas depois da confirmação da condenação da Juventus. O clube foi punido pelo Ministério Público por fraude fiscal na documentação de lucros e perdas em transferências de jogadores. A pena foi perder 15 pontos na tabela de classificação do campeonato italiano 2022-2023.

Mas o que SKY e DAZN têm a ver com isso?

Bem, na Itália a forma como o torcedor acompanha o futebol é bem diferente do Brasil já há algum tempo. Ao contrário daqui, onde a Globo ainda domina a transmissão e leva jogos importantes quase exclusivamente para a TV aberta, os italianos precisam pagar para assistir à Serie A. Por lá, os jogos já são exibidos via streaming, como no Netflix. Ou seja, para acompanhar partidas em tempo real com imagens, é preciso ter uma assinatura mensal paga.

O principal torneio do futebol italiano está dividido nas mãos de duas empresas: DAZN e SKY. Sim, como a rodada acaba dividida entre ambos os serviços, o público precisa assinar os dois para garantir que poderá assistir a todos os jogos do seu time.

Pois a campanha #DisdettaDAZN e #DisdettaSKY nada mais é do que os torcedores da Juve incentivando o cancelamento das assinaturas como protesto contra a perda de pontos. Embora aconteça nas redes sociais, já surgiram alguns prints de fãs confirmando o cancelamento do serviço. O grande problema é que a Juventus tem a maior torcida da Itália, com 8,2 milhões de torcedores, mais que Inter e Milan somados. Mesmo não sendo de se imaginar que todos eles executem o cancelamento, é bom lembrar que a vecchia signora tem mais apoiadores fora de Piemonte do que na sua própria região. Isto é, a maior parte realmente costuma acompanhar o clube de longe, ao invés de ir ao estádio com frequência.

Os planos do DAZN na Itália, por exemplo, custam a partir de 30 euros por mês. O jornal britânico Daily Mail apresenta uma matemática que, caso 500 mil torcedores bianconeri efetuem o cancelamento, as perdas para as plataformas podem chegar a 153 milhões de euros.





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