Os maiores jogadores do Torino são os principais responsáveis pelo clube se manter vivo no campeonato italiano até hoje (independente da divisão) e no coração dos torcedores também. Mesmo as gerações mais novas, que certamente desconhecem os termos Superga e Grande Torino, acabam reconhecendo uma história virtuosa somente após alguma pesquisa, que fatalmente termina em citação desses jogadores.
O termo “grande” existe no dicionário italiano e funciona de maneira semelhante ao português. Embora literalmente signifique algo avantajado, também pode adjetivar no sentido de “brilhante”, “impetuoso” e “extraordinário”. Pois o Torino já foi isso, não apenas um dia, mas durante algumas décadas. Quem vê um Derby Della Mole com a Juventus hoje tão desiquilibrado pode ficar espantado, entretanto, a história nem sempre foi assim.
Antes de qualquer coisa, porém, é preciso fazer uma breve introdução à Tragédia de Superga. O objetivo deste artigo não é este, mas os assuntos estão conectados. “Superga” é o nome de uma basílica situada em Turim, na qual o avião que trazia o time do Torino de volta para casa acabou se chocando, em 4 de maio de 1949. O acidente matou praticamente todo o time, o Grande Torino, responsável por vencer 4 scudetti em sequência e ser a base da Squadra Azzurra daquela época. Há até um tour virtual do Museo del Grande Torino que explica muito bem a amplitude do acontecimento.
Com essas credenciais, é de se imaginar e esperar que muitos daqueles jogadores apareçam na lista a seguir. É por isso que é extremamente pertinente relembrar a tragédia de Superga. Infelizmente, ela acabou encerrando um dos ciclos mais importantes do futebol italiano. Por outro lado, também eternizou os integrantes da melhor fase do granata. Para injetar argumentos no ranking, o próprio clube republicou um top 100 nomes mais marcantes de sua história.
Os maiores jogadores do Torino são:
Nome completo: Andrea Belotti
Data de nascimento: 20 de dezembro de 1993
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Albinoleffe
Anos no Torino: 2015 a 2022 (7 anos)
Títulos: –
A Tragédia de Superga encerrou lamentavelmente o ciclo mais vitorioso da história do Torino. Depois dos anos 40, o clube granata até atingiu novas glórias, com scudetto nos anos 70 e Copa Itália em 90. Mas as campanhas em segunda divisão e problemas na montagem de elencos acabaram impedindo o desenvolvimento de novas idolatrias.
A exceção tem nome e sobrenome: Andrea Belotti. No século 21, aliás, é bem provável que ninguém tenha alcançado o status do “galo” Belotti. Por que não inseri-lo dentre os maiores jogadores do Torino?
Em meio a disputas constantemente marcadas por fuga de rebaixamento, o atacante conseguiu a proeza de se tornar um excelente goleador. Ao todo, foram 113 gols com a camisa do toro, marca que o coloca até hoje no top 6 artilheiros da equipe.
Belotti desembarcou no Torino em 2015, após vencer o título da Serie B e se destacar no Palermo. Sua chegada não poderia ser em melhor hora, pois acabou ocupando a posição do também artilheiro granata na época, Ciro Immobile. O bastão foi passado com enorme sucesso, tanto que praticamente toda temporada o galo acabava alvo de ofertas de transferências, sempre negando e sempre permanecendo.
Mesmo com o time em má fase, ele manteve uma média de 15 gols por temporada. As performances não foram suficientes para conquistar uma taça pelo Torino, mas o levaram a integrar a seleção italiana campeã da Euro 2020. Tamanha fidelidade acaba justificando sua presença na lista dos maiores jogadores do Torino, ainda que o desfecho tenha sido um divórcio, em 2022. Antes alvo de propostas milionárias, Belotti deixou o clube de graça, sem render um centavo sequer.
Prezado Andrea, tomamos nota de sua decisão de embarcar em uma nova experiência, a partir de hoje nossos caminhos se separam. Vivemos juntos sete temporadas, que no futebol moderno representam um vínculo muito forte, sempre compartilhando alegrias e sofrimentos, emoções e decepções com a mesma paixão. Agradecemos por tudo o que você nos deu, orgulhosos com a contribuição de tudo o que você se tornou para o toro e o saudamos com muita sorte para a continuação de sua carreira.
Nota do Torino que confirmou a saída de Belotti
Nome completo: Renato Zaccarelli
Data de nascimento: 18 de janeiro de 1951
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Torino
Anos no Torino: 1969 a 1971 e 1974 a 1987 (15 anos)
Títulos: 1 scudetto (1975-1976); 1 Copa Itália (1970-1971)
Renato Zaccarelli é uma forma de reafirmar que há meios para conquistar o respeito e a adoração dos torcedores do Torino, mesmo não integrando a famosa geração Grande.
Ainda que aposentado há um bom tempo, o meio-campo segue integrando o pódio do maior número de partidas disputadas pelo clube granata. Ele está na terceira posição, com espetaculares 410 jogos.
Como indicado neste artigo e em vários outros disponíveis no Golazzo, como as rivalidades do campeonato italiano, a questão geográfica e o time pelo qual um jogador é revelado são essenciais. Zaccarelli não “nasceu” propriamente no Torino, mas chegou muito novo e se desenvolveu, de fato, no Filadelfia, antigo estádio principal do clube.
Sua história, no entanto, começa a ser contada na cor granata depois do retorno de empréstimo, bem a tempo de abrilhantar o elenco do título italiano de 1975-1976. Ainda que na primeira “passagem” tenha saído na foto com a taça da Copa Itália 1970-1971. Na temporada do scudetto, a segunda desde o regresso, o meio-campo vestiu a camisa 10 e destacou seu setor como um dos melhores da Serie A.
Os mais de 10 anos que vieram na sequência não findaram em coroações, mas as campanhas em copa nacional e campeonato italiano foram muito dignas, com alguns vices. Tristemente, sua aposentadoria sinalizou o adeus de um ídolo e antecedeu novo rebaixamento para a segunda divisão. Nada que o tire do rankings dos maiores jogadores do Torino.
Nome completo: Adolfo Baloncieri
Data de nascimento: 27 de julho de 1897
Data de morte: 23 de julho de 1986
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Alessandria
Anos no Torino: 1925 a 1932 (7 anos)
Títulos: 1 scudetto (1927-1928)
Falar do Torino com foco nas campanhas pré-Superga (anos 40) ou na igualmente cruzada vitoriosa dos anos 70 pode causar certa desinformação, como se o clube não existisse antes disso. Muito pelo contrário, o time é um dos mais antigos do futebol italiano, datado de dezembro de 1906.
As primeiras edições do campeonato italiano foram disputadas por poucas equipes, partindo de 1898. Nos anos 20, contudo, o cenário já era um pouco mais avançado. Naquela década, o Torino conquistou duas vezes o scudetto, mas apenas uma realmente valeu. Em ambas as campanhas, o time contava com Adolfo Baloncieri, um dos grandes artilheiros do clube até hoje.
Para ele, foram 7 anos vestindo granata e a marca de quase 100 gols comemorados. Toda vez que o ranking de maiores artilheiros do time é citado, é preciso lembrar de Baloncieri, que dificilmente perderá um lugar dentre os 10 primeiros. Logo na temporada de estreia, por exemplo, o atacante se juntou a Libonatti para marcar 38 dos 67 gols do time no período. Mais tarde, se juntou à dupla Gino Rossetti, formando o trio delle maravigle (o trio das maravilhas).
Tudo isso rumou para a conquista do primeiro scudetto do Torino, em 1927-1928 (sem contar o do ano anterior, que acabou revogado). Como era de se esperar, o clube acabou eternizando seu nome após a morte em 1986. As categorias de base granata são chamadas até hoje de Balon Boys, em referência a Adolfo Baloncieri.
Nome completo: Guglielmo Gabetto
Data de nascimento: 24 de fevereiro de 1916
Data de morte: 4 de maio de 1949
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Alessandria
Anos no Torino: 1941 a 1949 (8 anos)
Títulos: 5 scudetti (1942-1943, 1945-1946, 1946-1947, 1947-1948, 1948-1949); 1 Copa Itália (1942-1943)
A questão geográfica sempre foi relevante para o futebol italiano, mesmo antes da globalização das transferências. Isto é, o local de nascimento de um jogador, seja região ou cidade, é constantemente pontuado em análises no esporte. Exemplo fictício: “o jogador nascido na Toscana foi convocado pela terceira vez para a Azzurra“.
Falando de Turim, um dos grandes símbolos locais é Guglielmo Gabetto, e não exclusivamente pelo Torino. O orgulho torinesi foi um dos poucos capazes de fazer história e ser admirado nos dois lados do Derby Della Mole. Aliás, ele jamais defendeu outro clube que não fossem os integrantes deste derby. O atacante simplesmente marcou mais de 100 gols por cada uma das camisas.
Tudo começou na Juventus. Além da quantia admirável de gols, Gabetto, ainda jovem, integrou a geração bianconera que conquistou o Quinquenio d’Oro. O termo foi o modo encontrado para rotular os cinco títulos do campeonato italiano seguidos que a Juve garantiu, de 1930 a 1935. Feito inédito até então. Sua colaboração aconteceu na última taça, em 1934-1935.
O passo seguinte na carreira foi assinar com rival Torino, onde repetiria números, mas elevaria ainda mais a colaboração para conquista de taças. Porém, nada supera o fato de ter integrado e brilhado no Grande Torino, o momento mais brilhante em toda a história granata.
O albo d’oro pessoal foi preenchido com uma Copa Itália (1942-1943) e cinco scudetti (de 1942 a 1949, sem contar os anos que não houve realização do torneio). Seguramente, um dos maiores campeões na história do Torino. A morte de Gabetto foi mais uma lamentavelmente sentida em 4 de maio de 1949, data da Tragédia de Superga.
Nome completo: Claudio Sala
Data de nascimento: 8 de setembro de 1947
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Torino
Anos no Torino: 1969 a 1980 (11 anos)
Títulos: 1 scudetto (1975-1976); 1 Copa Itália (1970-1971)
Falando dos maiores jogadores do Torino, os perfis de Zaccarelli e Claudio Sala se parecem muito – com um pouco mais de fantasia para o segundo. Olhando no bloco acima, fica cristalino que ambos compartilharam vestiário no terceiro capítulo de glórias do time, mas não apenas isso. No período, representaram juntos a Squadra Azzurra.
Nos números, Sala, o poeta, fica uma posição atrás a de seu companheiro. Em 11 anos de serviços prestados ao granata, Sala fez 366 jogos, o 4º maior no ranking de partidas do clube.
O histórico de transferências do jogador, no entanto, é bem particular. De 1965 a 1969, sua atividade como atleta se alternou entre temporadas defendendo o Monza e outras com a camisa do Napoli. Como ocorreu com diversos outros nomes no campeonato italiano, acabou criando raízes depois certa rodagem pelos clubes da Serie A.
O desembarque no Torino ocorreu no ano que antecedeu o início do ciclo vencedor. Em sua primeira temporada, conquistou a Copa Itália. Em 1975-1976, veio o scudetto, o primeiro desde a tragédia de Superga. No período, o poderoso ataque granata ficou conhecido internacionalmente. Na temporada do título, a dupla ofensiva marcou 36 dos 45 gols do time. Muito em razão da colaboração de Sala, um dos maiores jogadores do Torino.
Nome completo: Luigi Meroni
Data de nascimento: 24 de fevereiro de 1943
Data de morte: 15 de outubro de 1967
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Libertas San Bartolomeo
Anos no Torino: 1964 a 1967 (3 anos)
Títulos: –
Com Meroni, o Torino voltou a sonhar grande
Trecho de vídeo do Torino sobre o ídolo Meroni
É de comum acordo que o Torino teve três momentos gloriosos em toda sua história. O primeiro foi o scudetto de estreia, o segundo foram os títulos do campeonato italiano em sequência (o Grande Torino) e o terceiro pode ser considerado o scudetto de 1975-1976. Luigi Meroni não fez parte de nenhum dos dois ciclos, mas não é esquecido pelo torcedor granata. Muito pelo contrário. Se dentro deste ranking houvesse outro sobre os maiores personagens, ele levaria o topo facilmente.
Meroni acaba fugindo um pouco dos tradicionais quesitos para fazer parte da lista dos maiores jogadores do Torino. Como dito, não houve títulos, tampouco anos e mais anos para se tornar uma bandeira. Contudo, sua chegada ao toro, terceiro e último clube na carreira, aconteceu em momento importante.
Passado o primeiro momento glorioso, o time acabou caindo para a Serie B, mas retornando em 1959-1960. Dali em diante, Meroni acabou se tornando um dos símbolos da retomada do prestígio. As campanhas mais notáveis foram na Copa Itália, com chegada à final, ainda que sem a conquista. Sua principal marca foram as mais de 100 partidas pelo Torino e a primeira convocação para a seleção italiana.
Apesar disso, a idolatria pode ser explicada pelo modo como morreu precocemente aos 24 anos após um acidente de carro. Tanto que o acontecimento figura na cronologia que a própria UEFA fez do Torino. Confira:
Outro grande jogador do Torino teve sua carreira interrompida em circunstâncias trágicas. O clube foi rebaixado pela primeira vez em 1959, mas imediatamente retornou à Série A, descobrindo um novo talento nos anos 60 no carismático Luigi Meroni.
Apelidado de “Borboleta Granata”, o ala forte também era famoso por sua excentricidade – a ponto de andar por aí com uma galinha na coleira. Em 15 de outubro de 1967, o “George Best italiano” morreu em um acidente de carro causado pelo futuro presidente do Torino, Attilio Romero, na época com 19 anos.
Citação da UEFA sobre Meroni
Meroni partiu deixando um vácuo de diversas maneiras. No livro Calcio – a history of the italian football, John Foot abre um trecho de um capítulo o qualificando como “o James Dean italiano’. De fato, as raras imagens do habilidoso jogador fora de campo indicam um amante da moda, da música, da arte. Um personagem excêntrico, que em pouco tempo se tornou admirado pela torcida do Torino.
Nome completo: Giorgio Ferrini
Data de nascimento: 18 de agosto de 1939
Data de morte: 8 de novembro de 1976
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Torino
Anos no Torino: 1959 a 1975 (16 anos)
Títulos: 2 Copa Itália (1967-1968 e 1970-1971)
Giorgio Ferrini é um dos maiores jogadores do Torino por um motivo que costuma premiar e explicar facilmente atletas do seu nível. Estamos falando daquele que mais vezes entrou em campo pelo clube: foram 555 partidas em 16 anos (segundo contagem do próprio Torino, foram 566).
Tradicionalmente, essa quantia de jogos já costuma eleger a bandeira máxima de um time italiano, quase sempre acompanhada da faixa de capitão. Por falar nisso, falar de um “capitano” no granata é falar também de Ferrini. Uma das alcunhas atribuídas a ele segue sendo a de “o capitão dos capitães’.
Na análise pragmática, é necessário citar a temporada única que o camisa 8 disputou pelo Varese, em 1958-1959, logo no início da carreira como profissional. Todavia, filosoficamente falando, Ferrini teve uma vida completa dedicada ao Torino.
Sua longa “passagem” aconteceu depois dos feitos e da tragédia do Grande Torino. Apesar disso, a reconstrução do clube em direção ao segundo período de glórias teve sua fundamental colaboração. No período, ergueu duas vezes a taça da Copa Itália, em 1967-1968 e 1970-1971.
Tristemente, como os seguidos acontecimentos pontuam a história do toro, o encerramento da carreira de Ferrini aconteceu com lamentação e muito próximo do título do campeonato italiano de 1975-1976. Praticamente um ano antes da conquista, ele deixou os gramados e acabou morrendo meses depois do título, vítima de um aneurisma, aos precoces 37 anos.
A exemplo das outras lendas, Ferrini segue constantemente alvo de belas homenagens póstumas. O Torino tem um memorial em dedicação ao jogador e também acabou batizando centros de treinamentos e outras áreas com o nome do capitano.
Nome completo: Francesco Graziani
Data de nascimento: 16 de dezembro de 1952
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Bettini Quadraro
Anos no Torino: 1973 a 1981 (9 anos)
Títulos: 1 scudetto (1975-1976)
O futebol italiano, dentre tantas particularidades, carrega certa poesia para abordagem do esporte em si. Tomando os clássicos do campeonato como exemplo, o modo como são nomeados já evidencia como o jornalismo literário, propositalmente ou não, influenciou o tratamento e batismo de jogos, times, torcidas, etc.
Um desses termos cunhados e repetidos até hoje é o gemelli del gol. Em tradução livre, entende-se como “os gêmeos do gol”. Na prática, trata-se da forma tradicional de nomear uma grande dupla de ataque. No assunto, é impossível (ou até proibido) não falar de Francesco Graziani, uma das metades do histórico ataque do Torino no scudetto de 1975-1976.
Ex jogador granata, con Paolo Pulici os anos 70 formou a dupla Gemelli dei Gol. Jogou 289 partidas e marcou 122 gols com a camisa do toro em 8 temporadas, de 1973 a 1981. Com os seus gols, contribuiu para a vitória do scudetto de 1976 e foi o artilheiro da Serie A no ano seguinte.
Nota do Torino no aniversário de Graziani
A marca superior à centena de gols coloca Graziani na 5ª colocação dentre os maiores artilheiros do Torino na história. Os números são verdadeiramente impressionantes mesmo em campanhas sem taças. Contudo, foi no ano do título que o atacante se juntou a Pulici para anotar 36 dos 45 gols do ataque granata naquele campeonato italiano.
Sua longa e inesquecível trajetória com a camisa do toro se encerrou em 1981, com transferência para a Fiorentina, e depois para a Roma, onde venceu a Copa Itália duas vezes. Em 1982, celebrou o título da Copa do Mundo 1982 com a Itália. Pela Azzura, aliás, o atacante figura no top dos maiores artilheiros de todos os tempos.
Nome completo: Paolo Pulici
Data de nascimento: 27 de abril de 1950
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Legnano
Anos no Torino: 1967 a 1982 (15 anos)
Títulos: 1 scudetto (1975-1976); 2 Copa Itália (1967-1968, 1970-1971)
Se você leu este artigo na ordem proposta ou algum outro artigo do Golazzo, deve ter percebido que constantemente o livro de John Foot, Calcio – A History Of The Italian Football, é referência constante por aqui. Pudera: o historiador conta em 616 páginas a trajetória do futebol italiano, do início até 2006.
No capítulo sobre os artilheiros, o autor dedica seções separadas para os maiores nomes do campeonato italiano, e depois armazena os demais num bloco só. Este segundo bloco começa da seguinte maneira, falando de um dos maiores jogadores do Torino:
Paralelamente a Paolo Rossi, a Itália continuou produzindo atacantes fortes e habilidosos, e normalmente eles acabavam enquadrados em um dos dois tipos simbolizados pelos grandes do passado – Meazza e Piola.
Paolino Pulici estava entre os dois protótipos de centroavante. Forte, mas habilidoso, ele formou a parceria letal com Ciccio Graziani em meados de 1970, levando o Torino a um scudetto emocionante, o primeiro e único desde Superga. Pulici – apelidado Puliciclone por Brera – marcou gols dentro da área, mas também de longa distância, às vezes com direto a cavadinhas.
Ele foi idolatrado pelos sofridos torcedores do Torino da mesma maneira que Riva foi no Cagliari. Goleador 3 vezes da Serie A – 1973, 1975, 1976 -, suas melhores temporadas foram com o Torino.
Quando voltou para enfrentar o toro com a Udinese perto do fim da carreira, a torcida granata vaiou seu próprio zagueiro quando o mesmo fez falta no ex-herói. O sucesso no campeonato em 1975 foi celebrado com fotos enormes de Pulici, cujos gols garantiram o scudetto.
A torcida do Torino ainda canta seu nome até hoje.
Citação sobre Pulici no livro Calcio – A History Of The Italian Football
Não é preciso dizer muito depois desta introdução, mas há dados relevantes que Foot deixou de fora de sua homenagem a Pulici. O atacante segue até hoje como o maior artilheiro da história do Torino (170 gols) e o segundo no ranking de partidas disputadas.
Nome completo: Valentino Mazzola
Data de nascimento: 26 de janeiro de 1919
Data de morte: 4 de maio de 1949
Nacionalidade: Italiano
Clube de formação: Tresoldi
Anos no Torino: 1942 a 1949 (7 anos)
Títulos: 5 scudetti (1942-1943, 1945-1946, 1946-1947, 1947-1948, 1948-1949); 1 Copa Itália (1942-1943)
Valentino Mazzola é frequentemente citado como o maior jogador italiano de todos os tempos
Citação sobre Pulici no livro Calcio – A History Of The Italian Football
Valentino Mazzola é o maior dentre os maiores jogadores no Torino na história. Não serão encontrados motivos nos rankings de gols (apesar da centena de gols) e de partidas, mas o granata foi o maior clube que Mazzola defendeu e Mazzola foi a maior bandeira que o clube já teve.
No período do Grande Torino, o jogador foi sua perfeita personificação. A ele foram dadas a camisa 10 e a faixa de capitão. Ao clube, foram adicionados ao albo d’oro um título da Copa Itália e 5 títulos seguidos do campeonato italiano, além da melhor geração granata de todos os tempos.
Ele foi um dos primeiros jogadores – depois de Meazza e Piola – a atrair propaganda e até patrocínio para uma bola de futebol – a Mazzola. De todas as figuras icônicas dos anos 40, Valentino Mazzola e seus cabelos loiros e cacheados, corrida forte, tronco musculoso e sorriso simbolizaram o renascimento da Itália depois dos horrores da guerra.
Citação sobre Pulici no livro Calcio – A History Of The Italian Football
Tragicamente, o craque (não) foi (apenas) mais um a encerrar a carreira com a tragédia de Superga, em 4 de maio de 1949.
Apesar dos números não serem igualmente expressivos pela seleção italiana, Mazzola integra com merecimento o Hall da Fama da Itália. Sua biografia na honraria da federação diz: “Grande, azarado e inesquecível campeão, símbolo do Grande Torino e estrela azzurra”.
Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.
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