Quem desfrutou do privilégio de ver a seleção da Itália de 2006 tem sérios motivos para comemorar. Se, somado a isso, você também gosta de ver a Azzurra jogar (e bem), então pode parar de celebrar. O motivo é que, passados mais de 10 anos daquela geração, não estamos nem perto de ver algo parecido.
No Brasil, é mais fácil dialogar sobre o assunto com palmeirenses e cruzeirenses, dado o contexto histórico. Mesmo assim, muita gente daqui admira, acompanha e torce pela Itália. Este blog simplesmente não existiria se isso não fosse verdade.
Este que vos escreve é um desses. Em 2006, assisti e torci em cada um dos jogos da Itália, da estreia à final da Copa do Mundo. Soubesse o quão feia a coisa ficaria para a Azzurra, teria assumidamente torcido mais e valorizado mais.
Para aqueles que nasceram na década de 1990, assim como eu, falar de melhores jogadores italianos é falar de: Buffon, Totti, Pirlo, Del Piero, Nesta, Cannavaro, Gattuso… Percebeu? Todos fizeram parte da seleção italiana de 2006, que ergueu o caneco após bater a França nos pênaltis.
Aquele ano ficou marcado pela cabeçada de Zidane em Materazzi, pela despedida do francês, pela decepção com o quarteto mágico brasileiro. Porém, o mais marcante foi o fim de um ciclo, que poderia ter ido muito mais longe.
Não falo aqui de jogadores com idade avançada. Por exemplo, Pirlo tinha seus 27 anos. A média de idade valia pra boa parte dos jogadores. Isso sem falar nos então jovens De Rossi e Gilardino.
O primeiro ponto a ser destacado é a mudança no comando. Marcello Lippi foi o técnico campeão do mundo e deixou a Azzurra logo depois do título. Depois dele, a federação optou por Donadoni, seguido novamente por Lippi, Prandelli, Conte, Ventura e agora Di Biagio. Ainda não sabemos quem será o próximo técnico da seleção.
Todos, inclusive Lippi no segundo “mandato”, tiveram trabalhos questionáveis. Mesmo em 2012, quando a Itália foi à final da Eurocopa, não houve muito a ser elogiado. A derrota de 4×0 para a Espanha meio que manchou demais a campanha.
O famoso processo de transição, que muitos gostam de falar, não aconteceu da melhor forma. Ou não aconteceu. As performances dos técnicos acabou atrapalhando a despedida dos consagrados e a chegada “suave” dos mais novos. Daqueles nomes citados lá em cima (Totti, Del Piero, Nesta…), apenas Pirlo teve algo próximo de uma despedida da seleção. Aliás, ele mesmo realizará um jogo-adeus oficial em maio.
Outro ponto importante: o nível caiu muito.
Nesta semana, fui obrigado a ouvir que o problema da Itália é apenas técnico. Pois bastaria colocar Conte como treinador porque “todos os jogadores estão bem nos times”. Isso pode ser duas coisas: um absurdo ou alguém que se acostumou com o ordinário.
Os jogadores não são bons e não estão bem. Não adianta querer citar Verratti, Insigne, Bonucci, Bernadeschi. Em suma, nenhum deles provou nada até agora para dizermos que a Itália é melhor que a Bélgica, por exemplo. Claro que não é. Nem para a copa conseguiram se classificar.
Hoje, a preocupação da Itália é gerar bons jogadores, ou ruins que joguem bem. À vista, nada além de amistosos sem graça e a Liga das Nações da UEFA.
Para matar a saudade, abaixo você encontra os nomes de todos que fizeram parte da campanha do tetra e vestiram a camisa da Itália em 2006, na Alemanha:
Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.
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