Talvez hoje não mais, mas o Derby Della Mole já foi o clássico mais importante do campeonato italiano. Juntos no norte do país, Juventus e Torino já dominaram o futebol da Itália
Os últimos resultados do Derby Della Mole, entre Juventus e Torino, foram:
Juntos, Juventus e Torino, protagonizam o Derby Della Mole, um dos principais clássicos do campeonato italiano. Seguramente, se trata do jogo mais importante da cidade de Turim, e um dos mais visados no norte da Itália.
Os mais jovens veem a Juventus no topo da lista dos maiores campeões italianos e, por isso, costumam colocar um abismo entre ela e o Torino. Entretanto, o lado granata deste clássico tem uma história especial para o futebol na Itália.
Neste artigo, você vai encontrar as informações essenciais para conhecer o Derby Della Mole, como:
Os dois clubes do Derby Di Torino podem não ser os mais antigos da Itália. Contudo, juntos, eles fazem o clássico mais velho dentre todos os outros do país. Fator que colabora para elevar ainda mais o seu prestígio.
Acontecimentos marcantes pontuaram a trajetória deste derby. Dentre eles, uma final de Copa Itália e a tragédia que matou um dos melhores times da história do Torino.
Juventus e Torino não são os times mais antigos da Itália. Todavia, o Derby Della Mole é, de fato, o clássico com mais anos de vida. Este jogo, nada comum, acontece desde o ano de 1907.
Tudo começou com a fundação da Juventus, em 1 de novembro de 1897. O futebol tinha “acabado de chegar” na Itália, vindo da Inglaterra. Um grupo de estudantes, não mais que 17 anos, se reuniu e decidiu criar um time com o nome de Juventus.
Mas por que “Juventus”?
A palavra vem do latim e significa “juventude”. A escolha, não à toa, representava o momento daqueles jovens italianos. Curiosamente, hoje, mais de cem anos depois, o apelido mais popular da Juve é vecchia signora, a “velha senhora”.
Por outro lado, o Torino foi apresentado ao mundo somente no dia 3 de dezembro de 1906. Como boa parte dos clássicos do campeonato italiano, um lado costuma ser formado e representado por uma classe mais abastada, enquanto o outro é defendido pela classe operária. No caso do Torino, a fundação aconteceu após uma desassociação de parte dos trabalhadores da recém-nascida Juventus.
A rivalidade entre os dois times surgiu instantânea e simultaneamente ao nascimento do Torino. Tanto é que, um ano mais tarde após a fundação granata e já foi realizado o primeiro Derby Della Mole. Mais precisamente, no dia 13 de janeiro de 1907. O Torino saiu vencedor por 2×1.
Há muito o que se destacar no Derby Della Mole. Muitas coisas aconteceram pela primeira vez no campeonato italiano por meio de Juventus e Torino.
Uma delas foi protagonizar a primeira transmissão de uma partida de futebol ao vivo na rádio. O evento aconteceu em 15 de maio de 1932 e acabou com uma vitória por 3×0 para a Juventus. Os gols foram marcados por Ferrari, Munerati e Cesarini.
Naquela época, a Juventus mandava seus jogos no Stadio di Corso Marsiglia. Aliás, o empreendimento foi um dos primeiros do futebol italiano a operar com luz artificial.
No livro “IL DERBY ovvero il campionato in due partite”, Carlo Mia pouco destaca o que aconteceu dentro de campo. O autor dedica algumas páginas à revolução na comunicação esportiva, iniciada com aqueles 90 minutos de futebol. Pelo menos para os italianos.
Outro pioneirismo do Derby Della Mole foi a realização do jogo em um momento valendo taça. Isso aconteceu na final da Copa Itália da temporada 1937-1938.
Antes disso, nunca nenhuma dupla de rivais locais tinha chegado à final do torneio. Depois deles, aliás, isso aconteceu somente duas vezes. A primeira foi o Derby Della Madonnina, em 1977, e o Derby Della Capitale, em 2013.
A história escrita pelo Derby Della Mole acabou premiando a Juventus. Diferente do regulamento atual, à época o torneio era finalizado com dois jogos, um no estádio de cada time. A Juve venceu o primeiro fora de casa por 3×1 e também triunfou em seus domínios, por 2×1.
Por falar em primeiras vezes, esse título da Copa Itália foi o primeiro da história da Juventus.
A história de títulos do Torino começou com o primeiro scudetto, conquistado na temporada 1927-1928. Contudo, depois deste, o time granata percorreu um longo caminho até a sua real e histórica sequência de títulos.
Para ser mais exato, foram 15 anos até o Torino reerguer a taça de campeão do italiano. No período, o clube viu o protagonismo do campeonato italiano ficar ora com o Bologna, ora com a Ambrosiana Inter. Isso sem falar nos quatro títulos seguidos conquistados pela Juventus, que pressionaram o “touro” a se mexer.
Foi então, na temporada 1942-1943, que o famoso “Grande Torino” começou a tomar forma. Naquele ano, o time venceu o primeiro da impressionante fila de cinco campeonatos italianos. Os triunfos aconteceram entre os anos 1942 e 1949, com exceção de uma temporada que foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial.
O desempenho que coroou o melhor time do Torino de todos os tempos aconteceu em 1947-1948. Para se ter uma ideia, além do título, a classificação da artilharia daquela temporada terminou com Boniperti com 27 gols, Mazzola, com 25 e Gabetto, com 23. Todos jogadores do Torino.
Entretanto, uma das maiores tragédias do futebol mundial encerrou esse ciclo.
Voltando de um jogo em Portugal, contra o Benfica, em 4 de maio de 1949, o avião que transportava o time do Torino caiu e colidiu contra a Basílica de Superga.
31 pessoas morreram, entre jogadores, massagistas e jornalistas, no acontecimento que ficou marcado como a Tragédia de Superga.
Desde 13 de janeiro de 1907, uma coisa era certa: o campeonato italiano iria ter um Derby Della Mole. Contudo, em certo momento da história, a liga ficou 13 anos sem realizar um jogo entre Juventus x Torino.
No início da temporada 1992-1993, os problemas financeiros começavam a apresentar o que seria um novo pesadelo para o Torino. A Juve, por outro lado, já começava a década de 90 com mais de 20 títulos do campeonato italiano.
Em campo, o time suportava e mascarava os entraves com campanhas regulares, alcançando posições entre a 11ª e a 7ª. Contudo, na temporada 1995-1996, o time granata não resistiu e acabou rebaixado em campo. À época, quatro times eram enviados para a Serie B e o “touro” foi para a segundona junto com Bari, Cremonese e Padova.
Por isso, o Derby Della Mole entrou em um hiato que durou 13 anos. Sem a possibilidade de encontro na Serie A, a dupla de Turim não se enfrentou nem mesmo na Copa Itália.
O jejum deste clássico acabaria em 2006, quando o Torino finalmente conseguiu o acesso. Porém, naquele mesmo ano, a Juventus acabou rebaixada em razão dos escândalos do Calciopoli. Assim, o Derby della Mole regressou somente na temporada seguinte.
O futebol italiano tem, entre tantas tradições, a de rebatizar pessoas, objetos, jogos, torcidas e locais, com apelidos curiosos. Advinha de onde saiu alcunha de “Fênomeno” para Ronaldo.
Os clássicos do campeonato italiano não fogem à regra. Uma prova disso é o Derby Della Madonnina. Outra evidência é justamente o Derby Della Mole, que é chamado assim por causa da Mole Antonelliana, o edifício que é símbolo da cidade de Turim.
O mesmo acontece com o Derby Della Lanterna e tantos outros. Os italianos, entre jornalistas e torcedores, dão aos clássicos o nome do principal símbolo da cidade, normalmente um monumento. A proposta é injetar poesia e, ao mesmo tempo, fugir do óbvio ao repercutir o principal acontecimento futebolístico de uma cidade ou região.
A Mole Antonelliana, cuja arquitetura se destaca na paisagem de Turim, começou a ser erguida em março de 1863. Com quase 170 metros de altura, a mole funciona hoje como sede do museu de cinema de Turim. Além de ser um dos principais pontos turísticos da cidade.
Ainda que desnecessário, é bom dizer: a Juventus é a maior campeã nacional da Itália. São mais de 30 títulos italianos (a única que atingiu as três dezenas de scudetti) e mais de 10 taças da Copa Itália.
Da temporada 2011-2012 em diante, a Juve venceu absolutamente todas as edições do campeonato italiano. O Torino, por outro lado, comemorou um título pela última vez em 1992-1993: uma Copa Itália.
A disparidade de títulos, e também de poder de contratação, elevaram a distância entre os dois times ao longo dos anos. O que não diminui a ainda viva importância deste clássico para a cidade de Turim.
Juventus | Torino | |
---|---|---|
2 | 0 | |
2 | 0 | |
3 | 0 | |
2 | 0 | |
1 | 0 | |
36 | 7 | |
13 | 5 | |
9 | 0 | |
1 | 3 |
A rivalidade história do derby mais antigo da Itália não é, necessariamente, um empecilho para jogadores vestirem as duas camisas ao longo de suas carreiras. É bem verdade, porém, que pouquíssimos alcançaram admiração nos dois times.
Mesmo jogadores que integraram e foram fundamentais para o “Grande Torino” não defenderam somente um lado do clássico. Ao mesmo tempo, a lista não tem somente craques
Com apenas 26 anos de idade, a história de Guglielmo Gabetto como jogador de futebol foi dada como acabada. Pelo menos é o que seu time, a Juventus, pensou no ano de 1941.
Centroavante, Gabetto então deixou a Juve e encontrou no rival, Torino, uma chance de prolongar a carreira. O que talvez nem ele conseguisse sequer imaginar é que essa seria a melhor decisão enquanto futebolista.
Isso porque ele se tornou o centroavante do “Grande Torino”. Sim, aquele que venceu os campeonatos de 1942 a 1949. Ele marcou mais de 100 gols pelo granata e ainda se tornou o atacante da Azzurra. A única coisa que o parou foi a tragédia de Superga.
Títulos pela Juventus: 1 Campeonato Italiano; 1 Copa Itália
Títulos pelo Torino: 5 Campeonato Italiano; 1 Copa Itália
Christian Vieri é muito conhecido pelas performances ao lado de Ronaldo na Internazionale. Ou até mesmo pelos jogos com a camisa do Atlético de Madrid. Porém, a história de Vieri no italiano está escrita com gotas de tinta grená, preto e branco.
Ele foi revelado pelo Torino, e até marcou o seu primeiro gol na Serie A pelo clube. Porém, sem paciência, o “touro” acabou aceitando uma proposta bem modesta que chegou do Venezia.
Em 1996, a Juventus decidiu contratá-lo e, como os anos seguintes mostraram, o Torino se precipitou ao vendê-lo. Na Juve, ele venceu os primeiros títulos importantes da carreira.
Títulos pela Juventus: 1 Copa Intercontinental; 1 Campeonato Italiano; 1 Supercopa da UEFA
Títulos pelo Torino: 0
Fabio Quagliarella, embora sem grandes performances e histórias vestindo camisas de grandes clubes, ele é muito importante para o campeonato italiano.
O camisa 27 está na lista dos maiores artilheiros de 2000 a 2020. Fora isso, ele também foi o único que igualou o recorde de Batistuta de gols em 11 jogos seguidos.
Sua carreira é lembrada pela conexão especial com a Sampdoria. Todavia, ele começou sua carreira no Torino e, depois de rodar por alguns clubes, incluindo Juventus, voltou ao time granata.
No final das contas, teve que deixar o Torino após uma péssima relação com a torcida. Ao que tudo indica, dificilmente deixará a Samp até o fim da carreira.
Títulos pela Juventus: 3 Campeonato Italiano; 2 Supercopa da Itália
Títulos pelo Torino: 0
Como todo bom jogador que surge na Itália, Ogbonna foi contratado pela Juventus assim que mostrou primeiros sinais de brilhantismo. Nem mesmo o fato de atuar pelo Torino atrapalhou a transação.
Logo que chegou à Juve, ajudou o time a conquistar os primeiros scudetti de uma longa sequência. Por isso, acabou sendo convocado para a zaga da Itália.
Em 2015, a proposta do West Ham chegou da Inglaterra e o levou sem grande resistência. Todavia, ainda que estabilizado no clube, acabou perdendo espaço no time da Itália.
Títulos pela Juventus: 2 Campeonato Italiano; 1 Copa Itália; 1 Supercopa da Itália
Títulos pelo Torino: 0
Immobile já faz parte da história da Lazio. Além dos títulos e liderança da artilharia em temporadas seguintes, o atacante quebrou o recorde de gols pelo time da capital em uma única temporada.
O que poucos conhecem é a história do início de sua carreira, que aconteceu justamente na Juventus. Com pouquíssimo espaço, acabou sendo emprestado até finalmente brilhar pelo Torino, em 2013, ano em que foi artilheiro do campeonato.
O sucesso foi tamanho que acabou contratado pelo Borussia Dortmund, na tentativa de substituir Lewandovisk. Algo que não aconteceu. Na sequência, foi emprestado ao Sevilla, onde também não conseguiu desempenhar um bom futebol.
Por fim, voltou à Itália ao assinar com a Lazio.
Títulos pela Juventus: 0
Títulos pelo Torino: 0
Jornalista e admirador de quase tudo que venha da Itália – especialmente gols e comida. Jamais identificado com a cobertura do campeonato italiano, fundou o Golazzo para noticiar, entrevistar e opinar sobre o calcio.
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