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Glórias e traumas: a história da seleção italiana após o tetra em 2006

Berlim, 9 de julho de 2006. Uma data inesquecível para todo torcedor italiano. Nesse dia, após empate por 1 a 1 no tempo normal e uma emocionante disputa por pênaltis contra a França, a Azzurra conquistou o tetracampeonato mundial de futebol. Um título que coroou toda uma geração de jogadores que fez história com a camisa da seleção nacional.

A vitória na Alemanha reacendeu a chama dos tifosi, que há 24 anos não soltavam o grito de campeão no maior torneio de seleções do planeta. Era esperado que a partir de então a Itália voltasse a disputar novos títulos e se consolidasse como uma das grandes forças do futebol atual, mas o que se viu nos anos seguintes foi uma série de decepções em Copas do Mundo, com eliminações precoces e vexames históricos. Na Euro, a história foi bem diferente.

Eliminações na fase de grupos

Apenas uma das quatro seleções a terminar invicta as Eliminatórias Europeias, a Squadra Azzurra chegou com moral ao Mundial de 2010, na África do Sul. Ao lado de Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia, a Itália compunha o grupo F, avaliado por muitos especialistas como uma chave tranquila para os atuais campeões.

Em campo, tudo foi bem diferente do que se esperava. Com dois empates e uma derrota em três jogos, os italianos deram adeus precoce à Copa, repetindo o drama que já havia ocorrido com a França, campeã em 1998 e eliminada na primeira fase na Coréia do Sul-Japão em 2002, e que voltou a acontecer com a Espanha em 2014 e a Alemanha em 2018.

Quatro anos mais tarde, no Mundial disputado no Brasil, a Itália novamente sucumbiu antes mesmo da fase de mata-mata. Em um grupo que contava com Inglaterra, Uruguai e a surpreendente Costa Rica, a equipe comandada por Cesare Prandelli venceu apenas uma partida e perdeu as outras duas, ficando de fora das oitavas de final junto com a Inglaterra.

Euro: título, final e bons resultados

Entre uma decepção e outra nos Mundiais, a Itália viveu realidades completamente diferentes na Eurocopa desde a conquista do tetra em 2006. Presente em todas as edições da maior competição de seleções do Velho Continente desde então, a Azzurra chegou pelo menos às quartas de final em todas elas, sendo finalista em 2012 e campeã em 2020 (disputada em 2021).

Em 2008, na Áustria-Suíça, os vencedores da Euro de 1968 foram derrotados no mata-mata para a Espanha, que viria a conquistar o título e dar início a uma das grandes hegemonias do futebol mundial. A mesma campanha aconteceu em 2016, na França, ao parar nos pênaltis para a Alemanha nas quartas.

Já na Polônia-Ucrânia, em 2012, o primeiro sinal de recuperação da Azzurra veio com a surpreendente campanha até a decisão. Liderados pelo artilheiro Mario Balotelli, um dos atletas mais excêntricos do mundo, conhecido por seus cortes de cabelo extravagantes e forte personalidade, os italianos eliminaram seleções como Inglaterra e Alemanha antes de caírem para a poderosa Espanha na decisão por sonoros 4 a 0.

A consagração chegou nove anos depois, em 2021. Após três vitórias em três jogos e nenhum gol sofrido na fase de grupos, a Itália passou por Áustria, Bélgica, Espanha e Inglaterra para ficar com o seu segundo título europeu, após bater os donos da casa nos pênaltis, em Wembley, com show do goleiro Gianluigi Donnarumma.

Fora de duas Copas seguidas

Paralelamente aos bons resultados no cenário europeu, dois grandes fiascos marcaram os últimos anos da seleção italiana, que sequer se classificou para as Copas do Mundo da Rússia e do Catar.

Ausentes apenas nos Mundiais de 1930 (por decisão própria) e 1958, os azuis ficaram de fora de uma Copa pela primeira vez em 60 anos ao não conseguirem vaga direta para o edição de 2018. Depois de ficarem em segundo lugar em seu grupo nas Eliminatórias, caíram para a Suécia na repescagem.

E, apesar do título da Euro um ano antes, o fracasso voltou a se repetir em 2022. Até então líder do seu grupo, a Squadra Azzurra desperdiçou uma preciosa chance de garantir vaga direta no Catar e precisou disputar nova repescagem. Jogando em casa, uma derrota histórica para a Macedônia do Norte por 1 a 0 e novo adeus à Copa do Mundo sem nem ter carimbado o passaporte.



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