Coluna

Em novo naufrágio na Champions League, Juventus se agarra nos reforços que não jogaram

Na transição de julho para agosto, publiquei um vídeo no Youtube que basicamente dizia: a Juventus acordou. Naquele momento, no ápice da janela de transferências 2022-2023, o clube mirava o início do campeonato italiano com as despedidas de Ramsey, Morata, Bernadeschi, Dybala (bons acertos, mas Rabiot e Kean também poderiam ter partido) e as chegadas de Di Maria, Bremer e Pogba (excelentes acertos).

O movimento no mercado foi muito positivo. Ora, os três setores de campo foram reforçados de maneira substancial. Bremer foi o melhor zagueiro da Serie A passada pelo Torino. Pogba nunca jogou tão bem quanto o jogado com a camisa bianconera no passado. Apenas Di Maria, que, embora bom, não parecia ser um salto tão grande e diferente de Dybala. Mas ainda assim uma contratação digna de elogios.

3 meses depois e tudo que o torcedor da Juventus pode fazer em meio a mais uma humilhação na Champions League é se agarrar nos reforços que não jogaram. Não somente nesta insultante derrota de 4×3 para o Benfica, que provoca uma queda em fase de grupos e risco de até ficar atrás do Maccabi Haifa, portanto na última colocação, mas ao longo de toda a temporada.

Na pré-temporada, Pogba já foi afastado por lesão séria e somente agora começa a ser visto no campo de treinamento. Di Maria, quando não machucado, ficou de fora de algumas partidas por suspensão em razão de péssima conduta (basta lembrar a cotovelada no duelo contra o Monza). Bremer foi o que mais jogou. Aliás, entrou e se dedicou em campo, mas pouco fez em meio a uma bagunça já vista e revista anos antes.

Tudo isso é o que resta à torcida que precisa cada vez mais se acostumar a uma realidade duríssima. É óbvio que a Juventus já venceu a Champions League (2 vezes), mas parece que time e competição não combinam mais, para delírio dos rivais.

O placar de 4×3 fora de casa contra o Benfica, sobretudo a forma como o 4×1 quase acabou transformado em um empate e/ou virada, pode até servir um falso conforto, num reconhecimento de demonstração de empenho de uma equipe que não desiste. Contudo, isso chega a ser pior que a justificativa debruçada nas ausências de Pogba, Bremer e Di Maria.

A penosa realidade é que um grupo com PSG, Benfica e Maccabi Haifa já era assustador antes mesmo da Champions League começar. Depois que começou, virou tudo verdade, especialmente perdendo em casa para os portugueses e caindo fora, em Israel.

A crise do futebol italiano – que denuncio há muito tempo – acompanha a Juventus e vice-versa. Contar com Bremer, Pogba e Di Maria não garantiria nada, mas é em tudo que o torcedor bianconero pode se abraçar em mais um naufrágio vergonhoso, que pode ser pior caso não acabe em vaga em Europa League.

Na Champions League, é um barco que zarpa melancolicamente repetidas vezes, já sabendo que o destino é o fundo do mar.

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