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Como a ausência da Itália no Catar impacta o Campeonato Italiano?

O Campeonato Italiano dará os seus primeiros toques na bola pela edição 2022/23 no final de semana do dia 13 de agosto. As vinte equipes da Serie A disputarão uma temporada atípica para o calendário europeu, já que a Copa do Mundo será realizada nos meses de novembro e dezembro, paralisando os torneios do continente quase que em plena metade dos jogos. 

Durante dois meses, a atenção do mundo do futebol irá se virar para as trinta e duas seleções nacionais que disputarão a taça no Qatar. E, pela segunda vez seguida, a Itália não será uma delas, visto que o país não se classificou pelas Eliminatórias da Europa. 

A partir daí, surge uma dúvida importante: será que a ausência da Azzurra na Copa do Mundo do Qatar pode surtir efeitos negativos no Campeonato Nacional? Nós formulamos uma análise mais detalhada sobre o tema.



A forte ausência de uma das maiores campeãs



A Copa do Mundo sente a falta da Seleção Italiana por se tratar da segunda maior campeã do torneio, ao lado da Alemanha, com quatro troféus. A Azzurra participou de 18 edições e só ficou de fora em quatro oportunidades: 1930, 1958, 2018 e 2022; as duas últimas na sequência e após 60 anos de idas ininterruptas aos mundiais. 

Portanto, é de se esperar que o apelo midiático da Serie A seja menor em comparação a outras grandes ligas da Europa, como a Premier League da Inglaterra, a La Liga da Espanha e a Bundesliga da Alemanha; visto que todas essas seleções estarão disputando a Copa no Qatar. 

É natural que os programas esportivos na TV e na internet mundo afora demonstrem mais interesse em realizar comparativos das seleções nacionais com o que se vê em suas próprias ligas, sobretudo em relação à Europa, o que já diminui o ‘tempo de tela’ da Itália. 

Outra ausência importante da Itália está em um filtro também muito midiático na atualidade do futebol: as apostas esportivas! Estar na disputa do mundial do Qatar é colocar as ligas do país em evidência, já que os apostadores demonstrarão mais interesse nos eventos nacionais das seleções mais fortes.

Mais uma vez ausente na lista de favoritas para a Copa do Mundo, a Itália perde espaço nas discussões futebolísticas em suas mais variadas frentes. Para piorar, as suas maiores ‘concorrentes’, Inglaterra, Espanha, Alemanha e França, figuram no top 10 de prováveis campeãs do mundial de 2022. 



O que explica a queda da Itália?



(Reprodução / Instagram da seleção italiana de futebol)

A Seleção Italiana tem duas fases de conquistas dos seus títulos mundiais. A primeira se deu já na segunda e na terceira Copa, quando os italianos venceram dois troféus em seguida, colocando-se como a primeira seleção bicampeã da história, visto que o Uruguai havia vencido em 1930. 

A terceira conquista vem quase 50 anos depois, já em 1982, quando o italianos ficam com a taça na Espanha. E é nessa época o Campeonato Italiano viveu sua ‘Era de Ouro’, acumulando prestígio internacional e títulos nas décadas de 1980 e 1990, levando grandes jogadores como Maradona e Zico. 

O último título da Itália veio em 2006, quando a Seleção derrotou a França na final da Copa realizada na Alemanha. O último título de Champions League, maior campeonato de clubes do mundo, veio logo na seguida, em 2007, quando o Milan de Kaká venceu o Liverpool na final.

Tal apanhado histórico mostra uma forte relação entre a Seleção e o Campeonato Italianos. Em épocas de títulos e glórias da Azzurra, a Serie A viveu momentos também ‘azuis’, enquanto em períodos de queda, o ‘vermelho’ da bandeira italiana foi mais forte nas duas frentes. 



Não só a Seleção: a culpa dos clubes!



Para muito além de sua Seleção, o futebol italiano passou por muitos problema nas últimas décadas. Ainda em 2006, a justiça desportiva deflagrou um dos maiores escândalos de corrupção da história do futebol, o Calciopoli, que ficou marcado pela manipulação de resultados.

A Itália já havia sofrido com investigações parecidas ainda na década de 1980, mas a repercussão do Calciopoli foi realmente gigantesca e implicou em punições fortes, como o rebaixamento da Juventus para a Serie B e a perda imediata de dezenas de pontos para Lazio e Milan.

O futebol italiano também enfrenta problemas financeiros sérios, tanto que equipes como Napoli, Torino, Fiorentina e Salernitana já chegaram a decretar falência no século XXI. Enquanto Milan, Juventus e Inter gastam na casa das centenas de milhões de euros todos os anos, as equipes menores sofrem com crises graves, mostrando como a Serie A não consegue equilibrar as contas.



O que esperar de 2022/23?



(Reprodução / Instagram do Milan)

A forte relação entre a Seleção da Itália e o seu campeonato nacional dão a entender que, de fato, a Serie A perde repercurssão com o seu esquadrão fora de mais uma Copa do Mundo. Além de não estar em evidência pela disputa do torneio, os principais comentários são acerca da crise que levou a Itália a não jogar duas copas na sequência.

Nem mesmo a conquista recente da Eurocopa conseguiu afastar o ‘fantasma’ da crise da Seleção Italiana, já que o título ficou um tanto quanto apagado após a eliminação surpreendente para a Macedônia do Norte pelos playoffs das Eliminatórias do futebol europeu.

Apesar de não viver seus tempos áureos, a Serie A italiana ainda figura na terceira colocação do ranking de coeficientes da UEFA, importante medição da força do país no futebol. Além disso, retomou a competitividade nas últimas duas temporadas, com os rivais Internazionale e Milan brigando pelo título até a última rodada.

Para 2022/23, a Serie A deve focar novamente em trazer competitividade para o público, usando o mercado de transferências para reforçar as equipes em busca de melhores resultaos também a nível europeu. Por outro lado, o torneio tem a responsabilidade de encontrar novos talentos para a seleção nacional que carece de ídolos novos, mesmo após a taça da Eurocopa.

O sucesso italiano será um misto disso, e o torneio precisará encontrar o equilíbrio entre ser um campeonato bem competitivo com grandes esquadrões e exercer sua ‘responsabilidade’ de formar uma nova base para a Itália na busca pelo retorno às Copas no mundial da América do Norte em 2026.



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